Nesta Quinta-feira Santa (6/4), o Bispo Diocesano, Dom Luiz Antonio Lopes Ricci, presidiu a Missa da Ceia do Senhor na Catedral Diocesana São João Batista, em Nova Friburgo. Neste dia em que celebramos a instituição da Eucaristia, do Sacerdócio e do Mandamento do Amor, houve ainda o Rito do Lava-pés.
Em Alusão à Campanha da Fraternidade 2023, cujo tema é: Fraternidade e Fome, foram convidados para participar do Lava-pés os voluntários do Sopão São Padre Pio, da Catedral, pastoral que vivencia todas as terças-feiras o lema da campanha deste ano: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14, 16), levando o alimento aos irmãos necessitados.
Ao iniciar a homilia, Dom Luiz Antonio convidou todos a colocarem-se em silêncio e oração por todos os sacerdotes que já passaram por suas vidas, pedindo que todos rezem também por ele e pelo clero da Diocese de Nova Friburgo.
- Estamos aqui para agradecer a Jesus Cristo a instituição da Eucaristia, do Sacerdócio - o sacerdote é aquele que preside a Eucaristia, e a instituição do Mandamento do Amor que se concretiza no serviço generoso, no Lava-pés. Por isso, viemos com alegria para a Ceia do Senhor, venham todos! Casa iluminada, mesa preparada, tudo muito bonito com as flores, porque estamos aqui para agradecer esse presente que Jesus nos deu, que é a Eucaristia. Ele quis permanecer conosco até o fim. Ele está conosco também na presença real do Sacramento da Eucaristia que nos alimenta e fortalece. É o ápice da vida cristã! Por isso estão aqui todos os Ministros da Eucaristia (Meces), os coroinhas e todos os que servem ao altar.
Recordando toda a simplicidade de Jesus enfatizou que assim como no Domingo de Ramos vimos Jesus entrar em Jerusalém em um jumentinho emprestado, também a sala onde Ele instituiu a Eucaristia era emprestada. E prosseguiu com a reflexão.
Continuando com a pregação, Dom Luiz Antonio ressaltou que cada um é discípulo e servidor de Jesus.
- Por isso o Evangelho termina: “Dei-vos o exemplo para que façais a mesma coisa que eu fiz” (Jo 13,15): o Lava-pés. Jesus diz assim: “compreendeis o que eu acabei de fazer” (Jo 13,12). Como é difícil compreender o Lava-pés e vivenciá-lo em nosso dia a dia. Hoje vamos fazer o Lava-pés com os irmãos e irmãs que fazem parte do nosso Sopão São Padre Pio, que toda terça-feira oferece mais de 200 refeições para aqueles que estão em insegurança alimentar ou que passam fome. Esta Pastoral do Sopão daqui da nossa Catedral está conectada com a Campanha da Fraternidade: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14, 16). Então vocês que toda terça-feira estão aqui, e eu presencio, que fazem tudo com amor e por amor, vocês que sempre servem hoje terão os pés lavados pelo próprio Jesus – destacou.
O Bispo mostrou a todos o presente que ganhou de Magna Peçanha (Coordenadora Diocesana da Pastoral dos Coroinhas) e família, por ocasião de seu Jubileu Sacerdotal: um ícone do Bom Pastor.
- Todos nós, padres e bispos, às vezes somos pastores, às vezes somos ovelhas. Às vezes cuidamos, lavamos os pés e outras vezes somos cuidados. Esse ícone do Bom Pastor nos ajuda a pensar em nossa vida, se estamos sendo bons pastores, cuidadores. Bispos, padres, diáconos, povo santo de Deus somos cuidadores da vida, estamos dispostos a lavar os pés e a servir. Algumas vezes somos carregados como a ovelha nos ombros do Mestre e outras nos pés do Mestre para escutá-lo e servi-lo. Que o Bom Pastor nos ajude a ser bons pastores, a ser boas ovelhas. Pastores e rebanho. Rebanho e pastor.
E recordando a Páscoa de Sua Mãe, a Sra. Carmem, Dom Luiz Antonio prosseguiu com a pregação.
- Hoje recordo a Páscoa de minha mãe. Me lembro da Dona Edna que sempre levava um pão grande para a Missa e no ofertório apresentava aquele pão bonito. E minha mãe fez a sua Páscoa após a Missa da Ceia do Senhor na Sacristia. Quando terminava a Missa eu pegava aquele pão e partilhava as partes com cada um dos ministros. Minha mãe estava ali e comeu o último pedaço. E depois teve uma parada e faleceu. Que bonito fazer a Páscoa depois de celebrar a Páscoa com Cristo. Recordo esse fato, esse memorial na minha vida, na minha família.
Fazendo outro importante memorial, recordou Dona Cida que lhe deu o avental que usou para lavar os pés. “Desde o meu primeiro ano na Paróquia de São Cristóvão, em Bauru, ela fez esse avental para mim que eu uso para recordar. Que cada um vista o seu avental. Hoje é Jesus que lava os nossos pés, mas a partir de hoje, com os rins cingidos, preparados, nos coloquemos a serviço da vida”. Em seguida preparou-se para lavar os pés dos 12 paroquianos da Pastoral do Sopão.
Nos instantes finais, desta cerimônia que abre o Tríduo Pascal, o Santíssimo Sacramento foi transladado para uma capela a parte, não ficando no Sacrário, que permaneceu com a porta aberta nos indicando não estar presente o Hóspede Divino. Houve Vigília durante toda a noite e parte da Sexta-feira Santa, até às 15h.
Texto e fotos: Grasiele Guimarães (Assessoria de Comunicação da Diocese de Nova Friburgo)