Em profundo silêncio começou a Ação Litúrgica da Paixão do Senhor presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Luiz Antonio Lopes Ricci, na tarde da Sexta-feira Santa (7/4), às 15h. A cerimônia aconteceu na Catedral Diocesana São João Batista, em Nova Friburgo. Concelebrando estava o Vigário Paroquial da Catedral, Pe. Raphael Santos.
Após a proclamação da narrativa da Paixão do Senhor, o Bispo Diocesano iniciou a homilia refletindo sobre a entrega sublime de Cristo por cada um de nós.
- Estamos reunidos para celebrar a nossa salvação. Nessa Hora Santa o Senhor nos acolhe aqui. Olhando para a cruz queremos elevar a Deus a nossa ação de graças, pois Ele deu a vida por nós. Estamos aqui para agradecer a Jesus que veio ao mundo para nos salvar e foi fiel ao Pai até o fim, amou-nos até o fim e deu a vida por nós... Hoje agradecemos a Jesus o seu amor, a sua Paixão por toda a humanidade, por cada um de nós.
Refletindo acerca da Liturgia deste dia, comentou. “Jesus é a realização de todas as promessas do Antigo Testamento”. E destacou outro motivo que nos reúne neste dia.
- Estamos aqui hoje para depositar na cruz de Jesus as nossas cruzes. Coloco até no plural, as cruzes da humanidade: as guerras, a violência, a fome, as injustiças, as desigualdades, o desrespeito, as cruzes físicas (doenças), emocionais, espirituais, afetivas. Hoje é dia de depositar na Cruz do Senhor as nossas cruzes, unir a nossa cruz a Cruz Redentora de Cristo. Desta maneira as nossas cruzes, nossas dores, se tornam mais suportáveis.
Antes de concluir, trouxe à tona uma grande verdade.
- Hoje é o dia de desnudar-se diante de Deus. Não é por acaso que o hoje o Bispo não usa o anel, o báculo, o altar está desnudo. Quando nos desnudamos de nós mesmos, nos esvaziamos e renunciamos aos nossos interesses, nossos esquemas, aí sim Deus pode agir. Por isso o salmo: Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito (Sl 30(31),2.6.12-13.15-16.17.25 (R. Lc 23,46)). É o dia da entrega total. Temos dificuldade de nos desnudar, de nos entregar ao Senhor. Jesus conhece o ser humano por dentro, Ele sabe quem somos, sabe das nossas qualidades, dos nossos limites. Não tenhamos medo de nos aproximar deste trono de misericórdia e graça.
Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo: vinde e adoremos. Dentro da Ação Litúrgica, clero e fiéis ali reunidos foram convidados a contemplar a Cruz de Cristo, momento de reconhecimento de seu grande amor por nós e misericórdia infinita. Logo após prosseguiu-se a celebração.
Concluindo as meditações, o Sucessor dos Apóstolos exortou.
- As nossas entregas são parciais e, às vezes, temporárias, infelizmente. Mas o Senhor quer o nosso coração, a nossa vida. Ele é o poço e nós estamos sedentos. Devemos entregar a nossa vida nas mãos de Jesus e depositar no Colo de Maria as nossas dores, nossas preocupações, enfermidades. Entregar tudo nas mãos de Deus, confiança extrema. Reza, confia, espera. Que possamos rezar, confiar e esperar - concluiu.