O dia 25 de fevereiro marcou a abertura da Campanha da Fraternidade 2023 na Diocese de Nova Friburgo, realizada no primeiro sábado do Tempo Quaresmal. O Bispo Diocesano, Dom Luiz Antonio Lopes Ricci, percorreu dois dos três Vicariato Episcopais para celebrar a Santa Missa nas aberturas Vicariais. No Vicariato Sede a abertura aconteceu na Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Olaria – Nova Friburgo, a partir das 16h, encerrando com a Celebração Eucarística.
Antes da Missa aconteceram formações acerca do tema da Campanha da Fraternidade 2023 “Fraternidade e Fome” e do lema “Dai-lhes vós mesmo de comer” (Mt 14,16), com os palestrantes Pe. Rodrigo Fonseca, Coordenador de Pastoral do Vicariato Sede; e Wilkie Mafort, da Pastoral do Povo de em Situação de Rua. O Presidente da Cáritas Diocesana, Rafael França, falou acerca da CF, enfatizando a Coleta Solidária que acontecerá no Domingo de Ramos (2 de abril) em todas as paróquias. Nesta tarde foi realizado o Gesto Concreto da doação de 1kg de alimento não perecível que será destinado às pessoas em situação de vulnerabilidade.
A Santa Missa foi marcada pela presença de diversos presbíteros do Vicariato Sede, entre eles o Vigário Geral da Diocese e Pároco da Catedral Diocesana, Pe. Jorge Eduardo Coimbra do Almo; e do Vigário Episcopal Sede, Pe. Gelcimar Petinati.
Durante a celebração, Dom Luiz Antonio agradeceu à paróquia anfitriã pela acolhida. Depois, na homilia, enfatizou que “estamos aqui de maneira sinodal, caminhando juntos, para vivenciarmos a abertura da Campanha da Fraternidade”. Em seguida, recordou que esta é a terceira vez em que a fome é tema da CF.
- Isso quer dizer que a fome é uma situação persistente no Brasil... O Brasil tem comida para todos, o que não temos é a distribuição desta comida. Por isso, temos milhões vivendo com fome e outros milhões vivendo em insegurança alimentar. Isso quer dizer que metade da nossa população ou passa fome ou está vivendo em insegurança alimentar. Isso é muito sério! Não dá para ser cristão ignorando isso. A fome está muito próxima de nós. O próprio Jesus disse: Eu tive fome e me deste de comer. A primeira obra de misericórdia é dar de comer a quem tem fome – alertou.
O Sucessor dos Apóstolos mencionou um trecho da Encíclica Deus Caritas est, de autoria do Papa Bento XVI, que diz: “A sociedade justa é obra da política, mas cabe à Igreja a luta pela Justiça (Deus Caritas est, 28, a)”. Prosseguindo, complementou.
- Precisamos cobrar políticas públicas, que favoreçam a vida e a dignidade humana, que garantam um estado de bem-estar social para todos. Que o nosso povo tenha comida sempre! Tudo isso passa pela política... Nós temos (no Brasil) situações persistentes que já duram há séculos. Desde a chegada dos europeus, o sofrimento dos povos indígenas, dos nossos irmãos afrodescendentes, o racismo estrutural... São situações que estão aí por séculos e o tema da fome acompanhando tudo isso: as injustiças, as desigualdades escandalosas que temos. Temos o que fazer para corrigir estas situações persistentes. Isso tudo passa pela política e pelo nosso comprometimento.
O Epíscopo falou ainda a respeito da Quaresma, recordando que este é um tempo de faxina anual, deserto, silêncio, jejum, esmola e recolhimento. Falando sobre o Evangelho (Mt 4,1-11) narrativa da tentação que Jesus sofreu no deserto, enfatizou que o diabo apareceu para Jesus justamente quando Ele teve fome, e alertou. “É no momento de vulnerabilidade que o tentador aparece. Por isso, precisamos da virtude da fortaleza. Vamos estar atentos!”.
E concluiu dizendo. “Hoje nós servimos Jesus no próximo, servimos Jesus no pobre: pão em todas as mesas; servimos Jesus no faminto. Mas quando chegar a nossa hora seremos acolhidos por Ele, que vai nos fazer sentar à mesa e vai nos servir. Então, vale a pena sim lutar contra o mal, servir Jesus no próximo, e assumir essa campanha, esse Tempo de Quaresma como tempo de faxina e fortalecimento da nossa fé, para que possamos chegar à Páscoa renovados.
Por fim desejou a todos um frutuoso Tempo Quaresmal, pedindo que “esta campanha aumente em nós e nos nossos governantes a sensibilidade para com os pobres”.
Antes da bênção final, o Pe. Rodrigo Fonseca agradeceu a todos os envolvidos nesta abertura da Campanha da Fraternidade e informou que ao longo do ano serão realizadas diferentes atividades para desenvolver este tema da CF 2023.
Texto e fotos: Grasiele Guimarães (Ascom da Diocese de Nova Friburgo