Queridos irmãos no Episcopado, queridos irmãos presbíteros que aqui estão, queridos diáconos, irmãos e irmãs no Senhor, aqui congregados ao redor do altar.
O Senhor Jesus acabou de falar conosco! Ele, olhando nosso coração, seus olhos foram diretamente lá no fundo colocar essa palavra, que Ele sabe é importantíssima para dirigir nossos caminhos diários aí fora na vida, no mundo de hoje, sobretudo.
Viemos aqui trazidos pelas mãos desse grande apóstolo, São Bartolomeu, que escutou, interiorizou e viveu profundamente a Palavra de Deus no seu encontro com Jesus. É um incentivo também para nós nos colocar de coração aberto ao que Ele quis falar para nós nestas duas leituras que acabaram de ser proclamadas.
Na Primeira Leitura (Ap 21,9b-14) ele mostrou toda essa realidade: o Cordeiro, a esposa do Cordeiro, a Nova Jerusalém que chega, as portas, os nomes dos Apóstolos, toda uma dinâmica que manifesta o Plano de Deus. Hoje, nós estamos dentro de um contexto de Igreja, no mundo inteiro, de presença do Senhor, dos muros e das portas, sob as quais Ele quer escrever o nome de cada um de nós, mas o mal quer apagar esses nomes. Não podemos consentir nisso. Então, temos que cuidar com nosso empenho para que esses nomes estejam vivos para glorificar a Jesus.
Não somos gente sem nome e sem identidade. Cada um de nós é escolhido e amado por Jesus, por Ele ungidos e consagrados no Batismo, na Confirmação, no Sacramento da Ordem, todos com essa missão profunda.
Jesus no Evangelho (Jo 1,45-51) mostra, através desse encontro com Natanael, toda essa presença íntima: Olhe para nós se você me conhece de verdade. Não podemos estar diante de uma teoria, diante de uma imagem, um quadro. Jesus, não! Encontro personalíssimo entre nós e a pessoa Dele. É nessa relação pessoa a pessoa que o amor se expande, que o amor desabrocha. No conhecimento, no entrar dentro, nos deixar penetrar por Ele presente em tudo na nossa vida.
Por isso, Ele nos pergunta: realmente você me conhece? E é uma pergunta que Ele faz constantemente, sobretudo, quando nós presbíteros, bispos, subimos ao altar, para que não sejamos aqui simplesmente um profissional, mas alguém que vai transmitir o amor profundo de subir e se deixar abraçar pelo Amado e mergulhar o nosso coração pecador nesse Amado. É toda força maravilhosa que vem no Mistério da Eucaristia. Este mistério, essa força, deve ser irradiada pelo nosso ministério cotidiano sobre todos aqueles e aquelas que o senhor faz cruzar nossos destinos, nossas estradas.
A mim pessoalmente que o conheci, me parece que Dom Rafael viveu isso muito bem!” Foi um homem ardoroso, apaixonado por Jesus com ardor, empolgado sempre em tudo, comunicando sempre com aquela simpatia dele, com uma força espiritual muito grande, mesmo quando a sua saúde já o levava a se encurvar um pouco, a alma estava sempre vibrante. Um homem de Deus! Como ele externou isso em tudo aquilo que ele viveu: livros maravilhosos, iluminados, cheios do Espírito Santo, para jovens e para adultos nas diversas circunstâncias. Como ele tratou disso!
De modo muito pessoal, me lembro dos retiros que ele pregou para a nossa Arquidiocese de Niterói, que coisa maravilhosa! Ele com aquele entusiasmo. Às vezes batia na mesa para sacudir a gente um pouco. Toda essa realidade que transbordava! Seu olhar era iluminado! Tenho certeza que agora na glória recebe o abraço do Senhor Jesus e ao mesmo tempo intercede por nós.
Bendigamos ao Senhor que deu à sua Igreja esse profeta, deu à sua Igreja este homem de Deus, esse pastor dedicadíssimo, ardoroso, deu à sua Igreja o testemunho de um homem apaixonado por Jesus. Convocamos esta mesma paixão! Que assim possa ser para cada um de nós: bispos, padres, leigos. Que se este nome não seja só uma lembrança teórica de praxe, não seja um nome que aqui dentro bata com força para que possamos erguer a cabeça e o coração para aquele que é o tudo da nossa vida Jesus Cristo, nosso Senhor, amém!